sábado, 29 de abril de 2017

Psicose - Robert Bloch (1959)

Literatura Americana

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Darkside, 175 páginas.
Edição de 2015.


Marion Crane, mais conhecida como Mary, é uma funcionária jovem e exemplar, mas que nunca teve oportunidade de fazer algo por si mesma, já que ela cuidou arduamente de sua família desde novinha. Agora está tentando fugir de seu chefe e de possíveis investigadores por ter roubado uma grande quantia de dinheiro para realizar seu desejo de se casar com Sam e ter a vida que sempre quis. Com esse pensamento, segue sozinha de carro pela estrada por dezoito horas até se deparar com uma noite bem chuvosa e escura e perceber que errou o caminho do destino desejado, indo parar perto de um antigo motel.
O Bates Motel fica numa estrada que não é tão utilizada devido à construção de uma nova via principal, então recebe pouquíssimos clientes. Ao chegar lá para descansar, Mary é atendida pelo esquisito  e excêntrico de meia-idade Norman Bates, dono do estabelecimento junto com a sua mãe, e é gentilmente convidada para jantar na casa que fica atrás do motel, no alto de uma pequena ladeira. Por estar com muita fome e sem  ter estabelecimento que ofereça comida por perto, Mary aceita a hospitalidade.
A mãe de Bates, Norma, é uma mulher muito rígida e conservadora que não gostou nem um pouco de saber da visita da nova cliente à casa por ela ser uma bela moça que poderia atentar seu filhinho. Então, para protegê-lo das “garras” de Mary, resolve matá-la durante o banho.
Desesperado em não atrair atenção para si e para a sua mãe, Norman resolve esconder o corpo e apagar os vestígios da estadia de Mary. Sua motivação é que a mãe está muito doente e velha, e apesar de que ela mantenha rédea curta em relação ao filho desde sempre, ele a ama e quer protegê-la.
Em uma cidade longe dali, Lila está muito preocupada com o desaparecimento de sua irmã mais velha que já dura uma semana e não querendo atrair atenção à sua família ao descobrir o roubo cometido por Mary, vai investigar por conta própria a situação. Assim, ela consegue descobrir o destino planejado da irmã: Fairvale, uma cidadezinha a alguns quilômetros de distância do Bates Motel, onde mora Sam, o noivo endividado da desaparecida.
Mary nunca tinha contado a ninguém sobre Sam, nem mesmo à irmã, o que a deixa muito desconfiada e vai atrás dele. Para a surpresa de Lila, Sam não sabia do roubo e nem teve notícias da noiva até alguns dias antes do sumiço. Ambos se desesperam ao perceberem que não têm nenhuma pista e, ao se depararem com Arbogast, o investigador do chefe de Mary que estava procurando por Lila e Sam para obter respostas, eles têm uma longa discussão sobre o que pode ter acontecido.
Através de investigações e alguns esclarecimentos, descobrem uma pequena pista no Bates Motel e começam a se aprofundar mais na busca de Mary, deixando Norman muito nervoso. A partir daí, eles vão descobrir que existem muito mais coisas por trás da personalidade sombria da família Bates.


Robert Bloch, influenciado por H.P. Lovecraft, tinha um grande fascínio pelo gênero literário de terror desde a infância e começou a escrever livros e contos sobre o sobrenatural ainda aluno do ensino secundário. Começou a se interessar pela mente de assassinos psicopatas reais na década de 40 quando decidiu que queria explorar mais temas de terror além do sobrenatural, e assim, anos depois, surgiu sua inspiração para a personalidade psicótica de Norman Bates.

O filme adaptado e lançado em 1960 sob a direção de Alfred Hitchcock tem o mesmo título da obra literária e é fiel à história original, levando tanto a obra cinematográfica quanto o livro a tornarem-se um grande clássico do terror depois da enorme venda de bilheteria nos cinemas. Comparando ambas as obras, no livro mostra ainda mais a forma como a mente de Norman funciona, além de vermos claramente as motivações de suas ações.
O aprofundamento da personalidade de cada personagem no livro é notável, e apesar de que quase metade da história é contada no ponto de vista de Lila, é Norman quem sempre chama mais atenção por ser muito mais interessante que os outros personagens e percebemos que tudo que acontece gira ao redor dele pois a história é dele e não de Mary Crane. Fiquei pensando, curiosa, até que ponto Bates é produto do meio em que vivia e até que ponto ele é mau por natureza.
Conheci o livro por ter amado o filme, e apesar de já saber o final da obra quando a li, ela não ficou menos interessante. Adorei ter lido o livro e recomendo a todos os amantes de terror, principalmente a aqueles que não sabem o final da história.
Nota: 4/5

Luiza Côrtes

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