segunda-feira, 3 de abril de 2017

O Diário de Bridget Jones - Helen Fielding (1996)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Record, 322 páginas. 
Edição de 2005.


“Conheço o segredo dela (mãe de Bridget): descobriu o poder. Tem poder sobre papai: ele quer que ela volte. Tem poder sobre Julio e o funcionário da Receita, e todo mundo está sentindo esse poder e querendo ter um pouco, o que a torna ainda mais irresistível. Só me resta encontrar alguém ou alguma coisa para dominar e então... ai, meu Deus. Não domino nem o meu próprio cabelo!”

Cheia de metas a serem atingidas todos os dias, Bridget Jones escreve em seu diário divertidíssimo e cheio de sarcasmos: o quanto que comeu para ver se está emagrecendo, o quanto bebeu e fumou, pois tem a intenção de parar de consumir álcool e cigarros, o quanto gastou de dinheiro para controlar sua independência, além de relatar como está a sua vida amorosa, já que uma de suas maiores metas é arranjar um namorado que preste. É perceptível o tanto que ela é atrapalhada, ansiosa e insegura, fazendo com que muita gente se identifique com ela, inclusive eu.
Por estar na casa dos 30 e poucos anos e solteira, a protagonista é frequentemente bombardeada com perguntas constrangedoras como “quando vai casar?”, “como vai a vida amorosa?”, “já arranjou alguém?”, e é pressionada com os conselhos de que ela precisava se casar logo para não “ficar para titia” e sozinha para sempre, já que ela está passando da idade de ter filhos. Isso a magoa e irrita, a fazendo entrar,  algumas vezes, em desespero e recorrer ao álcool ou passar vergonha ao cometer alguma gafe.
Ao passar a comemoração do Ano Novo com a família e os amigos dos seus pais, Bridget é arrastada pela própria mãe e as amigas desta para conhecer o recém-divorciado Mark Darcy. Ele é um advogado bem sucedido, rico e bonito, mas tem uma personalidade reservada e quieta que deixam Bridget desconfortável toda vez que fica no mesmo ambiente que ele. Ela começa a odiar Mark por fazê-la pagar ainda mais micos e por achar que ele é um engomadinho filhinho da mamãe.
Enquanto trabalha como jornalista em uma editora londrina, Bridget conhece o charmoso e mulherengo Daniel Cleaver, um dos seus chefes, e quer arrumar um jeito de conquistar o bonitão. Assim, ela começa a usar saia curta no trabalho para chamar atenção do mesmo e consegue. Começam a trocar e-mail eufóricos durante horas todos os dias e ela, para seu azar, se apaixona por ele. Como será estar no mesmo ambiente que seu chefe pervertido e galinha que a faz passar horas pensando nele? Ela vai ter que se esforçar para não cair na cilada de um romance que tem tudo para dar errado.
    A vida amorosa e as confusões familiares de Bridget fazem com que ela e suas amigas conversem frequentemente nos bares sobre as teorias de relacionamentos e sobre os homens para resolver os problemas de cada uma. Jude está num relacionamento complicado com Richard, o Vil, que a faz sofrer e Tom, seu amigo gay namora com um cara que Bridget não gosta; Sharon é muito bem humorada e tenta empoderar as amigas para que elas deem a volta por cima.

Foi muito legal, interessante e ao mesmo tempo estranho ver que o ator Colin Firth é citado por Bridget no diário enquanto ela está vendo Orgulho e Preconceito, comparando o Mark Darcy com o Mr. Darcy. Mark é interpretado no filme O Diário de Bridget Jones pelo mesmo ator que o seriado adaptado do romance de Jane Austen, Orgulho e Preconceito. Ela também escreveu no seu diário que acredita que o personagem que viu na TV é muito mais charmoso que Mark e fica querendo entrevistar os atores da série sobre o romance de Elizabeth e Darcy.

O livro é leve, muito fácil de ler e é cheio de situações hilárias que me fizeram rir bastante. Impossível não se ver um pouco na história ou na personalidade de Bridget. Apesar de já ter visto o filme muitas vezes antes de ler, isso não atrapalhou, pois deu a sensação de que era uma amiga que estava me mostrando o próprio diário ou que ela estava no meu lado contando as situações e dando risadas ou ficando triste. Me deu muita vontade de ser amiga de Bridget também.
Nota: 4

Luiza Côrtes

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