quarta-feira, 13 de julho de 2016

A Condessa Sangrenta - Alejandra Pizarnik (2011)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Tordesilhas, 60 páginas





Esta obra apresenta um ensaio sobre uma condessa extremamente cruel e sanguinária da época medieval e não uma história com acontecimentos contínuos tal como os livros literários com que estamos acostumados.
Erzsébet Báthory foi uma condessa húngara que viveu entre os anos 1560 e 1614 e assassinou aproximadamente 650 moças consideradas belas. Os motivos vão da perversidade e do prazer sexual em torturar mulheres até a loucura e a crença em feitiços que poderiam fazer com que ela permanecesse jovem e bela para sempre. Entre esses feitiços, estava o banho com o sangue de suas vítimas.
A condessa declarava que de que tudo aquilo que fez era seu direito de mulher nobre de alta estirpe. Sua prepotência era tanta que faz com que possamos resumir sua personalidade em: “Ela não sentiu medo, nunca tremeu...no excesso do horror, uma fascinação por um vestido branco que se torna vermelho, pela ideia de um absoluto dilaceramento, pela evocação de um silêncio constelado de gritos onde tudo é a imagem de uma beleza inaceitável.”
Erzsébet se tornou uma figura notória por causar ao mesmo tempo repugnação e fascinação. Criativa, a condessa possuía vários métodos de torturas e ficou famosa também por isso. Tais torturas variam de jogar mel em suas vítimas amarradas em postes e deixar com que os insetos se alimentassem delas até uma mulher mecânica chamada “A Virgem de Ferro” que apunhalava as vítimas enquanto estas eram abraçadas por ela. Seu modo de vida macabro, sua bárbarie e seu desejo por sangue lhe rendeu comparações com Drácula e, mesmo hoje em dia, existem vários atos de personagens que foram inspirados em suas ações horrendas e com fundo de luxúria e narcisismo.   
    A condessa é um personagem histórico que beira entre a realidade e o miticismo, pois ninguém sabe a exatidão e a extensão das histórias dos crimes cometidos por ela. E é por isso que o livro não aprofundou na história bibliográfica e nas ações da personagem, porém, a autora conseguiu apresentar tão bem o ensaio sobre a condessa, que ele serve de exemplo para comparar com as pessoas poderosas da idade contemporânea que abusaram dos direitos humanos massacrando milhares, expressando que a “liberdade absoluta da criatura humana é horrivel”.
Por ser uma obra muito pequena e possuir, inclusive, ilustrações lindas e macabras que combinam com a personalidade da condessa, vale a pena gastar uns minutos lendo e conhecendo sobre ela. Apesar do personagem ser uma pessoa que é o mal absoluto, achei que ela pode ser muito inspiradora e interessantíssima para algumas situações como escrever um livro, por exemplo, que fiquei querendo saber mais sobre ela. Admito que fiquei muito frustrada durante horas após finalizar a leitura, pois realmente queria ler mais e ainda estava muito curiosa, mas já tinha acabado.
Nota: 3,5/5   

Luiza Côrtes

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