segunda-feira, 20 de junho de 2016

Bonequinha de Luxo - Truman Capote (1958)

Livro escolhido para a leitura do blog - Editora Companhia das Letras, 123 páginas.





“Uma pessoa devia poder casar-se com homens ou mulheres ou… Escute, se você me aparecesses um belo dia dizendo que querias atracar com um maricas, eu havia de te respeitar. A sério. O amor não deve ter entraves. Sou completamente a favor.”


“É uma chatice mas a verdade é que as coisas boas só nos acontecem se formos bons. Bons? É mais se formos honestos, não uma honestidade de cumprir a lei…”


A história é narrada em primeira pessoa pelo vizinho de Holly Golightly, que conhecemos como Fred, um apelido dado pela personagem principal por lhe lembrar muito seu irmão que está no exército. Ele começa contando que tem muito tempo que não vê sua antiga vizinha, porém a acha uma parte muito importante e interessante da sua vida, então ele dará início à narração de como a conheceu e quem era a misteriosa mulher que mais parece uma bonequinha de luxo cheia de vida do que uma moça normal.
O cenário é principalmente um prédio de Nova York onde os protagonistas moram, e Holly, uma jovem muito bonita de 19 anos que sempre chega tarde da noite em casa, vive batendo na porta dos vizinhos para pedir a chave de seu apartamento pois ela sempre as esquece em qualquer lugar. Assim, Fred fica curioso sobre ela e fica com a responsabilidade de emprestar as chaves para a vizinha.
Uma noite, Holly está com uma companhia masculina no seu apartamento da qual quer fugir, então ela escapa através das escadas de incêndio para tentar entrar no apartamento de Fred até que a pessoa incômoda vá embora. É nessa noite que será a primeira vez que Fred realmente conversa com Holly e descobre que ela provavelmente é de alguma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, não gosta que façam perguntas sobre sua vida e vive do dinheiro que ganha dos seus “amigos”.
Apesar de algumas pessoas a considerarem uma prostituta, nunca ficamos sabendo o que ela realmente faz. De acordo com o autor, ela cria a ilusão aos homens de que eles podem conseguir algo mais com ela, porém ela se esquiva sempre que quer, dando mais a impressão de ser acompanhante de luxo.
Holly é uma mulher que está procurando a sua felicidade, custe o que custar, e essa felicidade, para ela, é sentir a mesma sensação que ela sente ao entrar na sua loja preferida, a Tiffany & Co..
Na minha perspectiva, Holly possui uma personalidade muito forte, em que percebi uma certa ingenuidade e fragilidade, mas ao mesmo tempo é uma mulher que sabe o que quer, possui seus próprios princípios, é cheia de vivacidade e que não para quieta. Percebi também que, apesar de Holly ser desprendida a tudo e a todos, fazendo dela uma mulher livre e dona do próprio nariz, tive a impressão de que ao mesmo tempo ela era presa a alguma coisa que não sei explicar.
A obra foi escrita de forma muito simples e muito gostosa de ler e, com isso, o autor conseguiu criar uma personagem muito bem construída do ponto de vista do narrador que é fascinado por ela e tem vontade de cuidar dela.
A história do livro e do filme são, em muitas partes, bem diferentes, porém não consegui ficar muito tempo sem associar a Holly do livro à personagem perfeitamente interpretada por Audrey Hepburn. Confesso que, apesar de Holly ser um personagem maravilhoso, as obras literária e cinematográfica não são nem de longe minhas favoritas. E mesmo que eu tenha gostado mais da história do livro que a do filme, não consegui ficar encantada quanto pensei que ficaria. Percebi que estava achando que ia ficar muito encantada pela Holly, e até hoje sinceramente não sei o motivo de não sentir o mesmo amor que algumas pessoas sentem pelo livro e pelo filme. Mesmo que eu não tenha sido muito cativada, o livro é divertido, gostoso e curto, então, para quem não leu ainda, não desistam!
Nota: 3/5

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