domingo, 1 de maio de 2016

A Casa das Sete Mulheres - Letícia Wierzchowski (2002)

Livro escolhido para a leitura do blog: Editora Record, 518 páginas





Esse romance de Letícia Wierzchowski conquistou ainda mais fama após o grande sucesso da minissérie adaptada “A Casa das Sete Mulheres”, produzida e lançada pela Rede Globo em 2003. A obra literária mescla personagens reais com fictícios para melhor contar a história da revolução que mudou a história do Brasil, principalmente no estado do Rio Grande do Sul.
Para quem não se lembra, a Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, foi a revolução mais longa da história brasileira, ocorrendo durante dez anos (20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845). Os homens de classes mais altas, a maioria fazendeiros de gado e militares, lideraram grupos de todas as classes que tinham ideais republicanos e separatistas, exigindo da Coroa o fim da exploração da matéria e das pessoas, e o fim das cobranças tributárias exageradas em relação à produção e venda de produtos para poderem ter um comércio mais livre e maior autonomia de suas províncias.

No ano de 1935, véspera da Revolução Farroupilha, o coronel Bento Gonçalves da Silva manda as mulheres da sua família e seus filhos para a Estância da Barra, a fazenda de uma de suas irmãs, para que elas fiquem seguras e não vejam os estragos e os horrores que uma guerra pode causar não só no ambiente, mas também no coração de quem a vive.
Manuela, Rosário, Mariana, Maria Manuela, Perpétua, Caetana e D. Ana e D. Antônia, são os protagonistas principais dessa obra. A história é contada através de três pontos de vistas: os diários de Manuela, escritos durante a época e em muitos anos depois da guerra, as cartas que as sete mulheres recebem na Estância e os pensamentos íntimos de seus personagens, com narrador onipresente.
As mulheres mais jovens sonham em ir a bailes imperiais e querem intensamente viver um romance que marcaria suas vidas. Porém, Manuela, a mais calada e discreta de todas, sabe o que está por vir após o estouro da guerra.
São muitas mudanças, amores, perdas, mortes, casamentos e nascimentos que ocorrem durante toda a trama. Cada acontecimento muda suas vidas e seu íntimo, o que faz a personalidade de cada uma das sete mulheres mudar com o passar do tempo. Cada mudança torna o livro ainda mais interessante.
Percebe-se que o destino dessas mulheres é rezar, bordar e manter ordem na fazenda enquanto esperam longamente seus homens voltarem da guerra, muitas vezes sem esperança, por causa de duras notícias e com muito amor e bravura no coração para seguir em frente. Sempre rezando, bordando e esperando. Se mantendo firmes.
Os acontecimentos são descritos minuciosamente, e, durante toda a leitura, me vi torcendo para que muitos personagens ficassem bem. A história toda se passa em dez anos de espera em um lugar monótono, porém a autora conseguiu fazer com que a narrativa fosse fluida, fácil de ler e não arrastante, tornando possível aprender muito, muito sobre a Revolução Farroupilha, nos fazendo conhecer personagens históricos famosos da vida real como Giuseppe Garibaldi, Bento Gonçalves da Silva e um pouquinho de Anita Garibaldi. Foi bastante agradável ter lido a obra. Nota: 3,5/5

Luiza Côrtes

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